domingo, 10 de abril de 2011

Improvisos terceiro dia de intercâmbio (domingo, 10 de abril)

No terceiro dia de intercâmbio (10 de abril), Marco nos propôs, a partir do texto JOGO-MEDEIA, improvisos que tinham ênfase em três aspectos diferentes:
1 – Narração (Marta e Clélio)
2 – Sonoplastia (Paula, Camile, Roberto e Renan)
3 – Música / canção já existente (Tânia, Renata, César, Paulo e Eugênio)

Sobre o improviso que dá ênfase na NARRAÇÃO...

Elementos utilizados:
novelo de lã vermelha, duas tesouras

Instrumento: gaita

Figurinos: duas togas pretas, terno preto, vestido branco manchado de sangue

Descrição:
Os narradores que contam essa história são máscaras mortuárias: Máscara Mortuária Masculina (MMM) e Máscara Mortuária Feminina (MMF).
O público se espalha pelo espaço numa arena. A MMM entra no espaço cênico vestindo uma toga preta e tocando gaita. A MMF entra vestindo uma toga preta e traz um novelo de lã vermelha. Ao som da gaita, vai desenrolando a lã, que é segurada pelos espectadores, de forma que surge a imagem de uma teia vermelha. Fala cantando: Da teia desce uma cama que é disposta ao alto. Duas figuras de mulher com máscaras mortuárias trazem uma rapariga para o palco e colocam-na de costas para a cama. Vestem a noiva. Atam-na à cama com o cinto do vestido de noiva. Segurando o novelo de lã, pára em frente à MMM, que canta: Duas figuras de homem com máscaras mortuárias trazem o noivo e colocam-no de frente para a noiva. Ele faz o pino, anda com as mãos no chão, faz a roda à frente dela, etc.. E em silêncio ele diz: ela ri sem se ouvir. Continuando com a gaita: Ele rasga o vestido da noiva e toma posição encostado a ela.
Os dois se olham, a gaita pára, ambos dizem: Projecção: Sexo. Largam a gaita e o novelo no chão, tiram suas togas, revelam o figurino de noivo (terno) e noiva (vestido branco manchado de sangue). Começam a andar em círculo, desmanchando a teia e cantando: Com os farrapos do vestido de noiva as máscaras mortuárias masculinas amarram as mãos, as máscaras mortuárias femininas os pés da noiva à cama. Param.
Cada um retira de sua roupa uma tesoura, com a qual cortarão a lã. À medida que o movimento vai ficando mais frenético, o som repetido O resto serve de mordaça vai ficando mais claro. Olham-se por entre as tesouras. MMM arranca da MMF a tesoura e começa a fazer barulho cortando o ar, no mesmo tempo em que fala Enquanto o homem, diante do público (feminino) faz o pino, anda com as mãos no chão, faz a roda à frente dela, etc., a barriga da mulher incha até rebentar. A MMF, enquanto isso, recolhe do chão a lã picotada e a coloca em sua barriga.
Os dois se olham, ele vai até ela, dizem Projecção: Parto e ele joga as tesouras no colo dela, que se encontra no chão em posição de parto. Começa uma respiração ofegante da MMF, seguida pela gaita tocada pela MMM. Em seguida, de forma ofegante e rápida, a MMF diz: As máscaras mortuárias femininas tiram da barriga da mulher uma criança, desamarram-lhe as mãos, põem-lhe o filho nos braços. Ao mesmo tempo, as máscaras mortuárias masculinas carregam de tal modo com armas o homem que ele já só consegue andar de gatas.
Os dois se olham e num tom desanimado, dizem Projecção: Morte. Enquanto a MMM toca a gaita e conta o fim da história (A mulher arranca o rosto, desmembra a criança e lança os pedaços na direcção do homem. Da teia caem sobre o homem escombros membros entranhas), a MMF retira de sua barriga os restos de lã e os joga para o público, cantando timidamente uma melodia.

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