sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Começando a segunda jornada!!! - Tarde de sexta

Após alguns meses distantes, cada grupo cuidando das duas atividades, Clowns de Shakespeare e Ói Nóis Aqui Traveiz se reencontraram para seguir na Conexão Música da Cena! Desta vez, coube aos nossos queridos companheiros gaúchos cruzar o país para trabalhar conosco no calor potiguar. E, entre nós, coube a mim, Fernando Yamamoto, a função de relator desta semana de processo.

Apesar de termos nos encontrado ontem, para receber o Ói Nóis na casa onde eles estão hospedados, hoje começamos os trabalhos de fato.

Nos encontramos à tarde no Barracão para apresentar o espaço onde vamos desenvolver a nossa troca, além de organizar como se dará o trabalho ao longo desses seis dias.

Como alguns de nós não estavam em Porto Alegre, iniciamos a conversa com a apresentação de todos, para então partirmos para a definição de horários e outras questões logísticas do encontro. Em seguida, assistimos o documentário que foi feito sobre a etapa de Porto Alegre do projeto. O vídeo ficou belíssimo, e na conversa posterior apontamos que ele conseguiu abranger todas as atividades que foram feitas por lá, e também captou a felicidade e o prazer que essa troca proporcionou a todos no Rio Grande de lá.

Seguimos com o Ói Nóis propondo uma estrutura de trabalho para esta semana. Como fora anteriormente acordado, em Porto Alegre a proposição do trabalho seria (e foi) feita por nós. Aqui, o inverso. A Tânia falou que, antes de nós propormos esse esquema do grupo visitante propor o formato do encontro, eles haviam organizado uma sistematização para o trabalho de Porto Alegre. Como propusemos a troca, eles deixaram isso de lado e, agora, depois da primeira etapa cumprida no sul, não mais fazia sentido retomar aquela ideia inicial. Eles pensaram, então, que além nos mostrar como eles trabalham no aquecimento, preparação, etc., que déssemos prosseguimento ao trabalho que foi feito na primeira etapa, em cima do material criado a partir do Jogo-Medeia, do Heiner Muller. Agora, além de aprofundarmos, limparmos e ajustarmos esses exercícios, que também possamos vivenciar a experiência de criação coletiva da forma como o Ói Nóis trabalha, na qual não há a figura do diretor, que se diferencia de como nós trabalhamos, como o Marco conduziu o trabalho em Porto Alegre. Isso levantou uma reflexão sobre essas diferentes formas de trabalho e o quanto esse encontro pode proporcionar uma construção de conhecimento bacana na troca. Apesar de ser um tema muito explorado nos espaços de pensamento, entendemos que a produção teórica sobre a questão acabam caindo num generalismo que não contempla as reais diferenças e semelhanças entre as duas formas de criação, principalmente porque cada experiência de criação coletiva traz suas idiossincrasias, assim como as experiências de criação com diretor também têm peculiaridades a cada grupo ou trabalho. Assim, o que vamos fazer é um espaço de encontro entre essas duas experiências específicas, e buscar pontos de convergência e divergência, o que todos acreditamos que será muito rico.

A Taninha ainda aprofundou um pouco mais sobre esse modo de trabalho deles, que se baseia na autonomia do ator como propositor, criador, editor, e que as escolhas a serem levadas à cena dependem dos acordos que o grupo consegue chegar dentre as propostas de todos.

Com nossa carta de navegação devidamente traçada, levantamos as velas e deixamos o espaço pronto para receber os convidados pra primeira noite de seminário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário